segunda-feira, maio 17, 2010

"A vida corre em linhas tão finas que muitos nem vêem."

O que mais dói na conciência do ser humano é a culpa. Culpa é algo do qual não se pode escapar. Ela corrói, destrói por dentro. Mas até que ponto somos culpados? Eu, pessoalmente, entendo que somos culpados apenas na parte total dos erros. Não se exime de erros, não podemos justificá-los. O que podemos fazer é viver com as consequências deles e com a culpa.
Segundo a definição dos dicionários, culpa é tanto "um ato repreensível ou criminoso", quanto a "consequência de se ter feito algo que não se devia fazer", assim como a "causa de um mal".
Não convém e nem é relevante dizer qual é a culpa que carrego, alguns sabem, outros tantos não. O que é relevante dizer, e é por isso que escrevo (desabafo) aqui, são as consequências de ter de carregar tal fardo.
Como já disse, um milhão de boas ações não justificam, não apagam um erro, não eximem da culpa. A culpa é um fardo pesado de se carregar, talvez o maior de todos. Pois é o sentimento por coisas feitas de errado que não podem ser corrigidas, esquecidas ou justificadas. Carregar a culpa consigo é ter o peito sempre cheio, pesado. É saber que o menor pensamento que lhe possa levar ao deslize exerce o efeito de uma faca sendo cravada direto no coração, é a dúvida de se algum dia conseguirá conviver com seus erros, é a incerteza de se ter tudo novamente, bom como era, antes de ter errado.
É simplesmente como transbordar um copo de água a cada segundo achando que pode enche-lo mais. É o sentimento por algo passado, que não pode ser modificado. É o machucado que não cicatriza, porque mesmo sem querer você sempre arranca a casca. É o ciclo sem fim de algo que vai lhe atormentar pela vida toda... É o pior de tudo, é saber que fez mal a quem mais ama.
Desconheço as consequências de quando não se aguenta esse fardo, de quando o peito pesa demais perante ela. Só sei do que sinto. O passado é intocável. E o futuro é incerto.

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